03 novembro 2007

Nove de Novembro



Era sábado, 9 de novembro de 1991. As preocupações ocupavam todo o espaço mental possível. As dúvidas e incertezas não permitiam traçar um plano que pudesse mudar para melhor minha vida. Foi nesse estado que recebi o maior de todos os presentes de Deus, depois da vida.
A mensagem do Mestre veio na forma de um livro. O Livro de Ouro do Mestre Saint Germain. Quando o abri pela primeira vez,...de certa forma senti que minha vida estava mudando, definitivamente. Estavam lá as duas palavras mágicas que hoje têm um significado tal, que a elas agradeço pelo que sou: EU SOU.
Em alguns dias de leitura, as preocupações tinham sumido, e as dúvidas e incertezas começavam a dar lugar a uma nova forma de ver a vida. A partir do silêncio, comecei a ouvir a orientação da sabedoria interior e, de posse da divina informação e sabendo que EU SOU, dei por inaugurada uma nova e sagrada fase desta minha existência.
Claro que nem tudo, daí pra frente, foram rosas, mas as chagas dos espinhos encontrados no trajeto já não doíam tanto, pois eu tinha um norte a balizar meu caminho. E as decisões de mudar antigos e arraigados hábitos logo foram chegando e as mudanças encorajando a busca por mais Luz.
Conhecer Saint Germain deu sentido à minha vida. Experimentar a força magnética das palavras do Mestre na solução de qualquer tipo de problema, mudou completamente o perfil dos conceitos que até então tinham escrito minha história.
Na semana que vem comemoramos 16 anos desse mágico encontro. Imaginem, se na adolescência dessa relação já me sinto tão feliz e eternamente agradecido, como me sentirei na fase adulta dessa coexistência?
De tudo que o Mestre me ensinou, o que mais mudou minha maneira de agir em relação à vida, foi postar-me resoluto e antecipadamente agradecido pela manifestação de meus desejos, como se já satisfeitos, por mais improvável que fosse sua ocorrência. E Ele explicava que o princípio da precipitação está ao alcance de qualquer ser humano, de qualquer filho de Deus.
A atitude de "EU SOU" nos faz deuses de nossas vidas, de nossos desejos, e transforma o aparentemente impossível em muitíssimo provável.
Muito obrigado Mestre querido, pelo que alcancei e também pelo que não obtive, pois ainda não consigo ter clareza suficiente para diferenciar completamente o verdadeiro do falso. Mas, se ainda sobra nevoeiro na manhã da minha vida, é certo que o Sol absoluto não tardará a saturá-la da clareza e da perfeição do Senhor.

02 novembro 2007

O Dia dos Mortos

O dia amanheceu sombrio, pela imposição das nuvens carregadas, desenhando o cenário de mais um dia de finados, que aprendemos a respeitar na infância, como sendo o dia consagrado aos mortos.
E feriado. A sociedade para e homenageia os que, segundo se diz, morreram. Não que o fato de ter-me tornado adulto tenha feito perder o respeito pela data, mas é certo que não acredito mais em morte. E acho que essa consciência aflorou a partir do momento que meu conceito de "vida" sofreu profunda alteração.
Não sei precisar quando, mas comecei a perceber a vida como sendo uma consequência da Luz, e Luz não morre. A vida está ligada à nossa essência, que é Luz.
Pelo que podemos observar no Universo, e pelo que sinto no silêncio, essa energia sempre foi, é, e sempre será.
O corpo físico que neste dia reverenciamos, jaz no rol das ilusões ...das inexistências. E temporário, incerto e fugaz. Já, seu eventual companheiro, o imortal e iluminado espírito, que é o nosso eu, de Luz, permanece e atravessa o que denominamos "tempo" sem "envelhecer", voltando a viver, no conceito humano, dentro de algum tempo, num outro corpo, construído com o mesmo material que um dia será novamente descartado, para livrar o espírito, mais uma vez, para outras viagens...e assim por diante.
Mas como tudo na vida, por um lado o dia de finados tem lógica: é apenas um, sobrando todos os demais dias do ano para reverenciarmos a vida, a LUZ.

27 outubro 2007

Um Novo Amor

Por trás da fumaça do meu devaneio,
vejo a silueta do meu novo amor.
Oh, que bela e maravilhosa visão,
que chega de mansinho
e já ocupa todo o meu coração.

Não consigo ver-lhe a face
mas, vindas de seu vulto,
sinto ondas de energia,
que me envolvem num círculo
de amor e intensa e mágica alegria.

Que terei feito Senhor, de tão bom,
para merecer tamanho presente
desse sistema inteligente
do Universo e de seu criador?

Deve ser a lei de receber em dobro,
mas mesmo assim, nem tanto fiz
para me ver diante da Princesa do amor
que veio para provar que posso ser ainda mais feliz.

14 outubro 2007

Mar e Marujo, O Reencontro

Neste domingo, como no "Um dia de domingo", (com a devida licença do Michael Sullivan e do Paulo Massadas) falei com ele, sentei e conversei...e andei, de encontro ao vento. Respirei o ar que o rodeia, e na pele tive, o mesmo Sol que o bronzeia. Depois o toquei, e outra vez o vi sorrindo, como num sonho lindo.
Depois de um longo período de muita intimidade, a distância do velho amigo e conselheiro, nos últimos meses, provocou em mim uma estranha sensação de desorientação. É como se tivesse perdido meu Leste. Outrora, diante das dúvidas que assolam os aprendizes de marujo, e a quase todos os habitantes do continente, buscava orientação na energia do grande Ser, repositório de água, sal...e infinita sabedoria.
Agora, diante de diferentes escolhas, que me afastam da brisa que meu coração enfeitiçou, retribuo a energia que me centrou, com esse humilde e repentino texto que por si só se arranjou.
E para terminar, como diz o último dos versos daqueles moços, arquitetos da divina canção, "Faz de conta que ainda é cedo, tudo vai ficar por conta da emoção. Faz de conta que ainda é cedo e deixa falar a voz do coração"

19 agosto 2007

...à espera da alma gêmea


O ar nunca esteve tão carregado dessa sensação de iminência da paixão, da chegada do amor. Não de um amor qualquer, desses que acontece numa de nossas vidas, mas de um amor antigo, quase eterno - pelo tanto e pelo sempre - que nos acompanhou em muitas de nossas jornadas humanas e que, sinto, está para voltar. A sensação é de uma gostosa expectativa, igual a espera da chegada certa da pessoa amada, que espalha no ar o perfume da paixão, faz brotar o sorriso sem causa e altera a batida do coração.
O reencontro era inevitável, os amores e os amantes diferem em muita coisa, mas convergem num aspecto: sempre se encontram! Necessariamente vivem o seu enredo humano, para cumprir sua história espiritual, seu destino. As almas gêmeas se conhecem profundamente, são uma coisa só. Trilham caminhos diferentes, muitas vezes, todavia se atraem e se integram e vivem intensamente a maior das viagens humanas: a louca paixão...que evolui para o sereno amor!
Assim, meu amor, dada a eternidade de nossas trajetórias, a ordem dos compromissos pode ser alterada, mas nunca seu cumprimento. Desse modo, podemos prorrogar difíceis decisões, adiar as atitudes que exigem mais coragem e mesmo tentar "fugir" de algumas circunstâncias, ou mesmo sermos separados por alguma forma de desamor, mas é certo que um dia, em alguma vida, o Universo atualiza nossas agendas e nos vemos frente a frente novamente. E parece que a Lei Universal do amor mais uma vez cumprirá seu ritual. Seja bem-vinda minha boneca adorada!

14 julho 2007

A Mudança III


A mudança se impõe. Os novos jeitos das coisas se instalam. Os dias têm sabor diferente e não lembram aqueles momentos de dúvida e apreensão. Saber o caminho que deve ser trilhado é uma coisa. Trilhá-lo, é outra. Quase sempre a diferença entre o fracasso e a conquista está ligada diretamente à esta aparentemente simples questão. Mudar significa suplantar o medo! olhá-lo de frente...e dar passos em sua direção com o semblante de quem escolheu o diferente, o desconhecido, mas com a convicção de quem elegeu um amigo.
Quando a mudança se aloja, a primeira sensação é de vazio, pois por um momento ficamos sem ver o alvo que nos mantinha o olhar direcionado e fixo. Na verdade estamos no centro dele. Por isso não o vemos.
Um instante depois outras alterações chamam nossa atenção para outros desígnios, e de novo os momentos de dúvida e apreensão deixam nosso mirar nebuloso...medroso!
Assim vivemos, até que a luz maior se instale e como um sábio farol guie nossa emanação de vida pelos caminhos que o medo e a dúvida não frequentam.

08 julho 2007

A Volta III

Ainda não descobri porque, mas é certo que as vezes me desconecto do meu blog. Fico dias... meses sem escrever nele. Será que volto aqui apenas quando meu coração está em chamas? Ou o retorno se dá quando pressinto que o Universo está para me apresentar (ou presentear...as letras são as mesmas) o motivo desse fogo que surge? Se não é a Maura, colaboradora ilustre e talentosa, sempre disposta a postar textos maravilhosos, - cujos ela chama de "verdes" (imagina se amadurecidos!) - este blog poderia passar por página abandonada na rede. Mas sempre que retorno, prometo a mim mesmo que escreverei mais seguido. Pode ser o trabalho, que toma quase todo o tempo do marujo aprendiz de escriba. Aliás, não é fácil conciliar água e papel! ou será a falta de uma paixão?! Todavia, agora faço uma promessa pública de dar o ar da graça com mais frequência aqui no espaço consagrado ao amor e seus desdobramentos apaixonados, apresentados na forma (mal) escrita.

06 julho 2007

Amor Orado

Ele, Senhor, por quem espero eter-idade
Me entenda, não o quero tão belo, só encantador, também não é necessário que seja alto
Mas lhe peço, que saiba voar.
Se assim, eu merecer.
Quem sabe Senhor, me ame ou deseje intensamente meu amor
Que seja cúmplice aos meus toques.
Senhor, que morda meus lábios ao me beijar.
Peço que ele seja diferente, que ele possa Sorrindo, me circular
Tocando, sonhar. É quando saciado do meu gozo, ao meu lado.
Aquecer-me com seu olhar.
Quero este homem, confidente, Silencioso
Que seja nuvem, para eu chover.
Terra para me manter
Ar para eu viver
Senhor, que ele me perceba entrelinhas...Os meus quereres sentidos.
Falo baixinho, Senhor.
Que me enlouqueça , arranhe. Ame amor.
Um amor que apague qualquer mal. Abissal.
Quanto a mim? Senhor..., luz de holofotes em dia de Grenal
Quero ser para este homem, menina... mulher
Minutos eternos
Que sem palavras eu diga: Amo-te
Que eu seja feliz ao fazê-lo
Seja força atraída
Vontade auscultada
Rogo senhor, por surpresas.
Simplicidades, tolices
Gosto por chuva
Pés descalços
Fruta no pé.
Beijo na pontinha do nariz
Este, Senhor, é o homem que espero... eterno
Que cuide de mim
Que me ame bonito
Peço com fé
Que ele saiba ter razão
Que seja encabulado
Que não teorize
Pueril seja sua intuição
Que seu conteúdo seja manifesto

Enfim, Senhor
Que tua luz, esteja nele.
O coração, o mundo.
Meu desejo é justo
Saberei esperar
Pode ser em qualquer lugar
Senhor é hora de apagar a luz.
O mar já escutou
E a mim, resta amar
Orar

Maura Masri
taddeu vargas
taddeu vargas
A Maura escreve aqui as vezes, até para que esse ambiente fique arejado e contaminado pelo talento e fragrância femininos que esse anjo disfarçado de gente impõe com sua presença. O texto de certos autores não tem nada a ver com o que estamos acostumados a ler em nosso dia-a-dia. Eles falam de um mundo que não vemos, mas sentimos que deve existir em algum lugar do Universo. Todavia, o tema é tão familiar para esses talentosos seres, que quando escrevem... parece estarem falando do corriqueiro.
Volte sempre meu amor...esse espaço é seu!
M Taddeu Vargas
taddeu vargas

21 junho 2007

O Imortal


Enfim, o dia de recomeçar chegou! o lado bom da derrota é sempre o recomeço. Quanto melhor encaramos o tropeço, maior é a chance da vitória no final do próximo embate. Domingo tem gre-nal e não conheço nenhum analgésico melhor para curar a dor da ausência do Tri, do que passear fulgurante pelo grande rival em pleno beira-rio. E assim será!
A vida do imortal é cheia de reconstruções. Aliás, a maior vantagem de ser imortal... é ser imortal! As bandeiras tricolores continuarão tremulando, e os versos das canções compostas e executadas no cimento da nossa paixão gremista soarão novamente fortes, apaixonados e sintonizados com a próxima vitória, que demarcará um novo deslimite para nossa imortalidade.
taddeu vargas

14 junho 2007

Bom mesmo seria ser melancia... Ou não!


“(...) a cidade que eu não conheço,que você não conhece,são as ruas que nós não atravessamos, são os outros caminhos possíveis.” (Jorge L. Borges)
Ao usarmos a língua, agimos sobre os outros, uma ação dupla entre produtor e receptor, ou seja, sempre que dizemos algo (escrevendo, falando) a seqüência lingüística implicará no conteúdo proposicional, na força ilocucionária e terá efeitos perlocucionários. Entendido? Não??? Trocando em “miúdos”, exemplificando...
Se você em determinada situação, fosse comparada a uma “melancia” (Citrullus lanatus), fruta rasteira, originária da África, de forma arredondada ou alongada, de polpa vermelha, suculenta e doce, com alto teor de água, casca verde e lustrosa, com estrias de verde escuro e muitos sais minerais. Pensarias como? O que significa ser comparado a uma Citrullus lanatus?Algo, no mínimo, sujeita a muitas interpretações.
Bom, sendo eu o receptor dessa “história” o “efeito perlocucionário” é mais ou menos este: João, João... (poderia ser Antônio, Pedro ou José).
Meu universo é repleto de nuances, o das melancias, sementes! Diferentes? Nunca se pode saber o que há dentro de uma melancia, ou seja, seu universo! Sei tanto do universo das melancias, como da anatomia de um elefante, nada!
Qual a paixão de uma melancia?Sei de minhas paixões. Nutro uma estranha paixão por camisetas velhas, pés descalços, horta e tatuagem no pé. Mas há uma”polpa” em algum lugar em mim que usa caros perfumes,sedas e brilho no olhar,quando se traveste em sedução.Uma Balzaquiana. Mas o bom mesmo seria ser melancia!
Fugir do trivial: moda, dieta, beleza, relacionamentos, pior ainda discutir relação!
Na prática não sou melancia. Ora se a fosse!Precisaria apenas ser doce, carnuda e ter sementes. Sugiro então o “02 Neurônio:Almanaque para garotas calientes”(Jô,Nina e Raq) e a trilha sonora “It´s a man´s,man´s,man´s World (Mr James Brown), facilitará e muito entender.
João, José, Antônio...Como mulher, ou seja, lá o que for como for, ou para que for, quero ser única em mim mesma, nem melhor ou igual a nada, apenas “eu” em minha essência e roupagem provisória de mulher; ser caminho e não chegada, ser “semente” ou seria, “somente”? No eco, se pode ter noção do que há dentro de uma melancia...João!João! Poderia ser José!
“A mulher que não conhecemos são as ruas não atravessadas, são os outros caminhos possíveis”.
taddeu vargas
Maura Masri
taddeu vargas
A Maura...que, pra maruja, só falta o "j", e um ligeiro arranjo nas letras, ou não!! é uma pessoa, ou melhor, uma mulher que acontece poucas vezes na vida da gente, normalmente nenhuma! Mas quando acontece, ocupa um espaço tal que, quando vai embora ...nunca mais conseguimos preenchê-lo. Acolher suas lindas e intrigantes palavras neste humilde espaço de mil blogbagens, além de enobrecer o blog do marujo, enche esse ambiente virtual de uma fragrância pura ...de um perfume raro ...que só os seres construídos por Deus em dias especiais exalam.
M Taddeu Vargas
taddeu vargas

23 abril 2007

Yesterday, whem I was young



Yesterday, whem I was young... Ontem, quando eu era jovem...é o Charles Aznavour cantando em Inglês, uma canção que faz parar para pensar por vários motivos: pela letra que nos leva a repensar o passado (e hoje é domingo , é dia disso), pela melodia que nos leva para as nuvens, pela interpretação desse gênio da arte musical que nos mostra o limite do talento humano na comunicação de emoções. Ontem, quando eu era jovem, eu tocava guitarra e cantava numa banda que tínhamos, eu e alguns amigos, na terna Santo Antônio da Patrulha. Nada que chamasse atenção das maiores gravadoras (...rsrs), mas com não menos emoção do que o Aznavour cantando aqui no som do meu PC. Assim é a música! Ela recria um momento único lá atrás. Mas exagera na emoção. Porque decora, perfuma, recompõe o cenário daquele instante, tornando-o irreal, pela perfeição e beleza, como se nunca mais fosse possível revivê-lo, nem que todas as forças do Universo se unissem para reconstruí-lo. E ficamos sendo embalados por uma serenata de sonho, pelo impossível de ser vivido, ou revivido ...com saudade do amor. Assim é a vida! Nos dá a chance de vivermos agora um desses momentos que lembraremos após. Façamos, pois, desde já, o que a música faz depois.
taddeu vargas

Alma Castelhana! de onde vem a mística tricolor?

Aos 14 anos de idade, tendo chegado há poucos dias em Porto Alegre, onde viria para cursar o científico do Colégio Rosário, e ainda mal aquerenciado num apartamento de quarto e sala que meu pai tinha alugado para eu morar, junto com uns amigos de Santo Antônio da Patrulha, andava meio perdido com tanto coisa nova. Acostumado ao viver mais calmo do interior, tinha dificuldade de me adaptar numa morada que em sua totalidade, não era maior do que meu quarto em casa de meus pais e também com a vida agitada da capital. Mas, nessa idade, a gente se acostuma rápido com as novas caras da mudança e como sempre, são os amigos que marcam presença quando se bota a cara ao vento; e eles não eram poucos, e como poucos.
E na verdade, eu estava onde queria: mais próximo do meu Grêmio. Uma paixão curtida à distância desde a infância, pelo rádio e algumas raras vezes pela TV. Mas agora eu morava à dez minutos do palco dos meus sonhos infantis. E estava muito feliz por isso.
Uns meses antes, o velho inimigo vermelho tinha inaugurado seu novo estádio no parque Beira-Rio, num pedaço de aterro das margens do Rio Guaíba, que o Governador Ildo Menegueti tinha doado ao nosso co-irmão. E "eles" estavam faceiros demais; no ano anterior tinham quebrado a série de sete campeonatos regionais que o Grêmio acumulará até 1968, o heptacampeonato, e ainda mais agora, de estádio novo, não se contentariam com pouco. E foi o que se viu nos anos seguintes. Hegemonia no estado e vôos altos a nivel nacional com um bi-campeonato brasileiro, em 75/76.
Era difícil ser gremista naquela época. Parece que o time entrava em campo já batido. O estádio beira-rio e os títulos nacionais, além da supremacia regional humilhavam nosso gremismo. Talvez como fruto dessa verdade transitória, mas dolorida, surgia em nossa casa, na Azenha, uma nova e entusiasmada liderança. Um Gremista homem, nesta ordem! Começou ocupando cargos menores, até ocupar a Presidência do Clube em 1975; e chegou declarando que os dias vermelhos estavam contados; que o grêmio a partir de então venderia caro demais qualquer derrota; que somente jogaria no time quem tivesse tesão! Foi um desconforto geral, pois essa palavra, tão comum nos nossos dias de hoje, era uma afronta aos conceitos de moralidade de então.
Ninguém percebia, mas estava nascendo um sentimento de maioridade, de supremacia,...de invencibilidade. E não demorou para a tática do "tesão" apresentar seus primeiros resultados. Em 1977, sob o comando desse dirigente gremista, acabamos com a hegemonia colorada aqui nos pagos, com direito a invasão de campo, pois tínhamos pressa em comemorar aquela e partir para outras conquistas, e o juiz não queria acabar com o jogo...
O primeiro fruto daquela semente plantada dentro do coração de cada jogador, funcionário, dirigente e da torcida gremista através de entrevistas e conclamações pelos meios de comunicação feitas pelo Presidente do Clube, acabava de se materializar. Uma profunda mudança tinha se operado, e o Grêmio jamais seria o mesmo. O gremismo e os gremistas respiraram fundo, encheram o peito e pensaram grande, como seu comandante.
O segundo feito viria a seguir, com uma grande campanha junto à torcida, que contribuiu com dinheiro, cimento, fé, suor, sangue e um pedaço do coração. Com esses ingredientes o dito Presidente comandou as obras de complementação de nosso estádio, que o transformaram no Olímpico Monumental, nosso orgulho e de todo o futebol gaúcho. Faltava pouco para acabarem os dias de humilhação e eles apenas figurariam na história depois daquele memoroso 3 de maio de 1981. Na proa de comando da nau gremista que desafiava o poderoso São Paulo, dentro do Estádio Morumbi, com 7 jogadores da seleção nacional e 95.000 são-paulinos a cantar e gritar, na final do campeonato brasileiro de futebol, estava aquele que ousou dizer que o Grêmio não poderia mais ser batido sem que para isso houvesse muita luta, e nunca antes do apito final. 1x0 com golaço de Baltazar! O Brasil não acreditava no que assistia...e nossa alma estava lavada. Nunca mais seríamos humilhados. Éramos campeões brasileiros, e a estrutura para irmos adiante, na libertadores, estava montada. Dois anos depois, já sob o comando do Dr. Fábio Koff, fomos campeões da Libertadores e do Mundo. E o Grêmio não parou mais de crescer. E a dificuldade para batê-lo também...
Nos Aflitos, em Recife, o Náutico e sua torcida foram vítimas desse sentimento que encarna na veste tricolor quando uma grande batalha se desenvolve e, mais uma vez, os brasileiros assistiram pela televisão uma épica jornada esportiva marcada pela superação, persistência, combatividade e pela incrível capacidade de recusar a realidade e apostar no sonho até vê-lo balançar as redes adversárias. E mais recentemente, no âmbito do gaúchão, o Caxias e o Juventude provaram o gosto amargo de perder uma classificação que já pensavam ter ganho.
O Grêmio é grande demais para ter sido construido apenas por uma pessoa. Ele é obra de muitos competentes e abnegados dirigentes, virtuosos jogadores, funcionários dedicados e, principalmente, uma construção da fantástica e incomparável torcida tricolor, mas quem quiser entender um pouco dessa alma castelhana que se instala no time quando as dificuldades parecem criar uma barreira intransponível à conquista de campo, pode procurar por um médico aposentado que atende pelo nome de Hélio Dourado. Se sua rotina atual estiver permitindo, ele ainda pode ser encontrado ali no Bairro Azenha, no Estádio Olímpico, falando algumas bobagens como "fazer algum estádio ainda melhor"...ou que "o Grêmio vai ser maior que o Barcelona".
Eu penso, meu querido Dr. Hélio, que foi em homenagem à missão que o Senhor teria a frente de nosso clube do coração que os Mestres Ascensionados construiram a célebre e divina sentença: "Ninguém fracassa, enquanto não se rende".
taddeu vargas

16 abril 2007

80 anos!


Viver um dia depois do outro é nossa sina, desde que estreamos nessa vida. Envelhecer, desse modo, é nossa dita. Todavia, ganhar os anos sem perder o brilho do desejo de viver estampado nos olhos, é predicado raro e atributo de poucos de nós. Emplacar os oitenta anos, com cara de menino travesso e ainda apaixonado pela menina moça desposada lá na Vila Palmeira há 55 primaveras é façanha para alguns poucos escolhidos pelo Pai de todos nós. Com a mesma cara de quem inaugurava caminhos pelo Brasil a fora na juventude camioneira, ele agora percorre os kilômetros que faltam para cruzar a linha da eternidade, que a cada ano que passa...parece mais distante. Nesse 15 de abril tive a honra de sentar ao lado de um jovem homem que completava 80 anos de vida, vividos de modo a homenagear à atitude, pois foi a ela que dedicou sua vida. Quem teve o privilégio de presenciar a trajetória de vida desse ariano descendente de índios e sobrenome de Ex-Presidente da República, não pode alegar falta de exemplo de trabalho, seriedade, caráter, lealdade, honradez, amizade, dedicação à família e bondade de coração. Feliz Aniversário e muito obrigado meu Pai querido, por tudo que você conseguiu me mostrar e por todos aqueles gestos que talvez eu não tenha entendido ainda, e que Deus me dê a graça de viver tanto quanto você, para assim poder refletir sobre eles.
taddeu vargas

A Cidade, o Pôr do Sol e a Páscoa.



Os sinos repicaram incontáveis vezes anunciando os preparativos para a missa do sábado de aleluia. Eram 19h48min...a morte já tinha ocorrido...e a vida ainda não tinha chegado! Quando saí na sacada vi o brilho da escuridão do início de noite da Porto Alegre outonal. Linda, cheirosa e maravilhosamente iluminada a monumental capital do meu Rio Grande. A lua e as estrelas que banham com sua luz esse pedaço de mundo são cúmplices dessa beleza noturna; fazem parte da imagem negro-dourada que abriga e conforta mais de um milhão de privilegiadas almas, oriundas de muitos rincões. Outro dia uma colega de ônibus da escola falava: "...trânsito horrível, cidade violenta, mal cheirosa, barulhenta...". E ela ouve calada. Ela, que é tão quieta; tão agredida pelos disparos que absorve, pelos dejetos que engole e ainda pisoteada pelos deslocamentos dos homens e suas máquinas. Mesmo assim acorda sorrindo, recuperada pela tregua imposta pelo sono dos habitantes, e passa o dia se ofertando aos viventes, que a usam como se dela nunca mais fossem necessitar...e ainda assim, quando a noite ameaça chegar, entrega a eles um sonho de imagem que o rio e o sol constroem, parceiros numa homenagem silenciosa e infinitamente bela e ensinando que o a morte... é a parte mais nobre da trajetória da vida.
taddeu vargas

20 março 2007

O Retrato dos Sonhos


É comum encontrarmos pessoas que julgamos conhecer, pela familiariadade de seus traços físicos, pelo jeito, e as vezes até pela voz. Quando esgotamos a pesquisa mental sem lembrarmos dela, ou é vivência passada, ou a conhecemos num sonho, já que coincidências não existem. Isso mesmo. Nos sonhos, vivemos a vida integral, sem divisões de tempo e espaço, de modo que "ir a frente" ou "voltar" no que entendemos por tempo, é apenas uma operação mental e lá estamos, no "futuro", ou no "passado". Algum tempo depois, quando o "tal futuro" chega, nos deparamos com aquela companhia de viagens noturnas bem a nossa frente, a luz do Sol, de carne e osso...e surge aquela sensação de intimidade. No mundo dos loucos sonhadores tudo é possível. Pois essa abençoada loucura me fez encontrar em várias dessas viagens um anjo moreno, cuja imagem ficou de tal modo gravada em minha alma, que passou a habitar meus dias, já que das minhas noites virou Rainha. Com o passar do tempo, o que era um vulto lindo no primeiro sonho, foi recebendo contornos de beleza invulgar e cada vez ficando mais nítido, até transformar-se em clareza solar...divina e maravilhosa encarnação daqueles devaneios de então. A imagem que resultou é uma homenagem à beleza; a Monalisa dos meus sonhos, eis que pontuada, pincelada a cada viagem noturna, quando seu modelo espiritual era absorvido pela alma desse então pintor, que ia formatando sua tela a cada instante daqueles momentos de amor. O retrato é real, mas o ser é irreal, ou será o contrário? Será mesmo que pode existir beleza tal? ou os sonhos, de tão reais, acabaram por materializar essa imagem limite da beleza natural? As respostas virão... no esperado dia do encontro do sonho com a realidade.
taddeu vargas

17 março 2007

O Sequestro da Donzela


A escuridão da madrugada definia o layout da costa do atlântico, já próximo do continente. Deus, o barco e o marujo lutaram muito para convencer o mar a deixá-los navegar nas ondas daquela vontade de encontrar a donzela fugidia, que se esconde na laguna da vida e não permite que o amor aconteça.
O amor e a saudade dela a escamar o coração do homem do mar foram mais fortes que o medo de enfrentar a distância, a noite, as ondas, que mais pareciam alçadas pelos inimigos da intenção do marujo. Mesmo assim, chegar até a praia parecia ser a parte mais fácil da viagem. A donzela esquiva, com medo de amar, lutaria contra seus medos antes de embarcar com o marujo e singrar os mares nem sempre calmos de uma relação de quatro olhos, dois corações...e apenas uma cama!
No sonho, o marujo já se via navegando de volta com a donzela...o barco e Deus. Sentado na proa da nau ele buscava entender se realmente tinha dobrado o destino, e enganado a insistente ausência da mulher amada, ou se aquilo era mesmo um sonho.
Quando ouço a bela baiana cantar "que essa tempestade um dia vai acabar", lembro da noite que gostaria de ver a tempestade me acordar e ver ao meu lado, no barco que embala meus sonhos, o meu amor, a me olhar .
taddeu vargas

11 março 2007

Março



Março é mês de mudanças, de começos, finais;...nunca é meio de nada, nem meio termo de coisa alguma. Marte, Martius, Marcos, março...são sempre polos, e quase sempre tolos. Dificilmente os encontrará no meio de um caminho, embora lá estejam, mas dirão que estão começando algo, ou já terminaram o feito. Atentos, sempre nos vêem primeiro do que os notamos. Senão, dirão que nos observavam discretamente... Não cabem dois na mesma caserna, a não ser que Deus abra mão de seu lugar para um deles, pois o outro será o general. E assim nós vamos vivendo, impulsivamente, até que nosso dia começe a raiar. Normalmente tarde, lá pelo final da manhã da vida, mas a tempo de abrirmos a janela e deixar entrar o sol do outono comedido em nossas existências. Aí começam a brotar as virtudes desses marujos maravilhosos e suas idéias agora possíveis ...apesar de alguns ainda acreditarem que foi o mundo que mudou!!?
Dentro de uns dias, quando o Pai Sol cruzar o equador celestial, rumo ao norte, levando a flôr primavera para nossos irmãos ricos, deixando nossa paisagem sulista ainda mais encantadora com as folhas vermelho-douradas forrando nosso caminhar, os arianos de todos os pagos terão chegado mais uma vez a um epílogo temporal, para logo após iniciar mais um ciclo de vida. Eles sabem que para recomeçar, basta acabar; para ressuscitar, basta morrer. É provável que a mudança tenha sido inventada por causa deles.
taddeu vargas

10 março 2007

Lindos Olhos!


Eu não esperava, já tinha sido surpresa encontrá-la, e antes que eu pudesse entender, ela me beijava a boca, já sentada sobre minhas pernas ...num beijo longo, antigo, com gosto de vida, de recuperação de momentos não vividos. Esses beijos, não esperados, justamente por serem os mais desejados, não tem gosto de beijo. Eles são autônomos, independentes, têm vida própria. São consistentes, parecem sólidos...deixam um sabor que não sai dos lábios, pois fica gravado no coração. Foi um sonho diferente, pois há muito não a sentia assim, tão em mim! E como todo sonho, fugiu da tela, tão inesperadamente quanto chegou...e deixou o sobressalto, a saudade, uma lágrima de vontade. Mas isso foi ontem, agora já é amanhã. Vou dormir, pois é na vida da noite que reconstruo esse amor...só lá ele é possível, somente na pureza do encontro das almas ela me beija e mesmo que eu no sonho não a veja, sei que é lá que ela mora, e assim a encontro, já que da minha vida aqui...ela foi embora!
taddeu vargas

08 março 2007

O Dia da Mulher!


Bom dia Mulher! Eu queria ser o dia de hoje, porque assim eu seria o seu dia. Pelo menos por vinte e quatro horas eu teria uma "dona" linda, dedicada, terna, maravilhosa... mulher! e aí, eu seria o dia mais feliz do mundo!

Minha existência, embora curta, estaria amplamente recompensada pelo conteúdo...pela felicidade com que iria viver estas horas benditas. Desde a meia noite de ontem eu estaria contigo, acompanhando o seu dia-a-dia, sentindo como "tu" me vive...me gasta, me usa! taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas
Estaria ao seu lado na cama e sentiria sua respiração, participaria de seus sonhos. Quando você acordasse, eu estaria ali, de pé, te esperando para vivermos nossas vidas. Para você, seria mais um dia, mas para mim...o dia!

Bendito seja o Criador e seu momento de máxima inspiração quando, em sua infinita sabedoria retirou do homem uma substância pura, uma parte sem mácula (nada de costela, devia ser o filé mignon) e com um sopro divino criou o ser que denominamos Mulher...devia ser dia 8 de março de...A.C.
taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas
A partir daí, a perspectiva do mundo mudou. Acabara de nascer a consciência, a delicadeza, a ternura, a suavidade,...a formosura! E Deus viu que isso era muito bom! taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas
Pensando bem, eu queria mesmo era ser o mês da mulher, o ano da mulher, a década da mulher, para poder gozar ainda por mais tempo ao seu lado, sendo respirado por ti, e à noite, cansados, dormiríamos juntos e eu lhe proporia ser a noite da mulher. E então eu desfrutaria do carinho, da sensualidade,...do amor, da deusa da vida: você, Mulher! taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas taddeu vargas
Taddeu Vargas

04 março 2007

A Bela...e seu Destino!


Num dia de 24h mudamos nosso destino muitas vezes, pelas decisões e escolhas que implementamos em nossa vida diária. Assim, logo pela manhã, nosso destino pinta nosso retrato 20 anos após, de um modo; à tarde a fotografia é outra, e à noite nosso eu é retratado de uma forma diferente de até então. Desse modo, destino é consequência! cada ação aqui, reflete lá! Quer saber como você será daqui há 21 anos? imagine como gostaria de ser...bela e jovem? sinta-se bela e jovem, veja beleza e juventude em todas as pessoas que cruzam seu caminho. Rica? visualize a abundância com que Deus nos contemplou; sinta-se próspera e nunca negue recursos a um irmão necessitado. Feliz? sorria sempre, sinta-se feliz, mande energia de felicidade para todos à sua volta. Quer ser escritora? escreva, veja-se formulando maravilhas do mais puro sentimento de teu coração, na forma de versos lindos, harmônicos, de estilo apurado e admirável significado...Amada? ame-se! Ame esse complexo ser físico/espiritual que contém um alento eterno, e será amada com intensidade justamente por aquele a quem ama. Assim sendo, minha bela, jovem, rica, amada e feliz escritora, comece a desenhar o seu depois, isso te deixará feliz agora...e depois!
taddeu vargas

03 março 2007

Destino


Será o destino algo irremediavelmente decretado como experiência de vida pela qual temos de passar? ou destino não existe? No mundo da ignorância espiritual somos moscas tontas procurando explicação na vida terrena para verdades divinas... tentando fazer relação direta do acontecido... com o desconhecido. Mas o destino poderia ser a consequência lógica de escolhas feitas no decorrer de nosso viver, de todas nossas vidas...do tipo: o que eu fizer agora, muda a programação futura sobre aquela questão!! Se for assim, nosso destino está em nossas mãos. Quer dizer: ser feliz, rico, amado, realizado, e muitos outros sonhos de consumo humanos depende apenas de nós! Seria assim tão bom e tão fácil? E os nossos relacionamentos amorosos? nosso destino era encontrar nosso atual companheiro, ou fomos nós que o escolhemos antes mesmo de conhecermos. Ou nossa alma gêmea está para chegar? Parece muito confuso, mas parece também que a resposta para todas estas questões reside na percepção que temos do que somos. Somos seres humanos apenas e nossa vida se resume ao intervalo do nascimento à morte? ou seríamos seres humanos, mas com uma experiência espiritual anterior e possivelmente uma próxima? ou ainda, seríamos seres espirituais, tendo uma experiência humana? ou várias experiências humanas em sequência!? uma espécie de aprendizado, aperfeiçoamento, lapidação, como diz uma de nossas religiões... Se for assim, faz sentido pensar em destino como resultado de escolhas anteriores e seu mecanismo um dinâmico e poderoso processador que a cada impulso recebido referente às decisões que tomamos em nossa vida diária, cria um cenário futuro, como resultado daquelas escolhas...Se realmente isso funciona desse modo, meus queridos leitores e leitoras desse humilde bloco de rascunhos eletrônico, prestem atenção em suas próximas ações, na frases que vão dizer agora, no tipo de sentimento que enviarão a uma outra pessoa, no que irão pensar hoje à noite, na hora de deitar e no que vão sentir amanhã, ao acordar. Seus futuros dependem disso.
taddeu vargas

02 março 2007

O Caminho

Onde iluminares...andarei! Esse pensamento, há pouco, saltou de algum lugar do meu eu! e estou até agora pensando nas vezes que temos que escolher entre um caminho e outro. A agonia que se prova diante de uma bifurcação numa estrada desconhecida é comparável a situação de vida de não saber pra onde ir ou o que decidir. E não são raros esses momentos de profunda insegurança, de medo do que vem a seguir...ou do que não vem! Todavia, se nos concentrarmos, e por um instante assustarmos o medo, de modo a deixarmos nossos sentimentos fluirem alheios à tensão, perceberemos que um dos caminhos é mais iluminado do que o outro, que uma das situações é mais atraente do que a oposta ou que uma das propostas desafia nossa curiosidade de uma forma tentadora, diante da neutralidade da concorrente. E isso não acontece ao acaso. Quando mergulhamos no silêncio meditativo, uma parcela infinitamente inteligente de nosso eu se conecta com uma espécie de painel de controle do todo, que recebe aquele impulso e responde com um fenômeno de sincronicidade, iluminando, intuindo, criando uma coincidência positiva, ou mesmo materializando o resultado. Se acreditarmos na resposta do Universo e a colocarmos em prática, estaremos acessando o momento seguinte...instante sagrado que detém novas perguntas, que por sua vez levarão à estações de conquista de sabedoria e assim por diante até que a luz do caminho e o caminhante sejam um só.
taddeu vargas

26 fevereiro 2007

O Amor que eu vi


Um dia eu vi o amor, na minha frente. Na verdade eu senti,...e vi. O amor veio com ela e sentou na minha frente. Eu senti que ele estava ali porque de repente faltou espaço... pra ele. Em mim não cabia e o local era pequeno para que ele se acomodasse. Hoje penso que talvez eu não merecesse mesmo tanto amor. Se eu fosse maior ou pensasse maior...ou criasse em mim ou próximo a mim um local onde pudesse abrigar os dois, eu estaria agora transbordando de amor...e ao lado dela. De lá pra cá, vi paixão, senti carinho, pensei que estava amando, mas todos esses sentimentos lindos couberam no meu coração. Todavia, é só pensar naquela noite... , que falta espaço, falta ar, falta entendimento. A mente não consegue elaborar uma explicação razoável para aquele instante de amor agudo, explícito, embriagador...Sei que viverei muito sem ele, mas quanto mais viver, mais vou sonhar, e na irrealidade dos sonhos encontrarei o que a vida real me negou; e lá não falta espaço, não precisa de ar e o entendimento é puro sentimento... de amor!
taddeu vargas

25 fevereiro 2007

Estrondo

Domingo, 25 de fevereiro de dois mil e tal...8h18min. Há pouco repicaram os sinos da catedral, que fica a duas quadras. Como faço sempre aos domingos, já há uns 15 anos, estou ouvindo a canção "Um dia de Domingo", com o Tim e a Gal. A madrugada foi legal, reveladora, cúmplice, silenciosa... até demais! Lembrou o silêncio que antecede os grandes estrondos. Talvez seja a chegada do pessoal da praia.
Hoje é dia de planejar o ano de 2007, ou melhor, preparar-se para viver as conseqüências de nossas escolhas anteriores e que vencem nesse período... e fazer de conta que tínhamos previsto as coisas boas que irão acontecer e eleger o culpado pelas ruins. Ou será que o ano passado e o princípio desse nos ensinaram que nada nesse mundo nos acontece, sem que tenhamos previamente escolhido? nem mesmo a morte! Ora, se é assim, por que então não nos contaram antes que somos nós mesmos que determinamos o que nos advém?! Talvez seja esse o segredo!...ou não!! Início de século incrível esse. Estamos nos dando conta de tanta coisa que o passado nos escondeu. Pena que uma das descobertas recentes da sociedade humana seja a de que perderemos nosso lar em breve, mas essa foi apenas mais uma de nossas escolhas! Enquanto o planeta tenta absorver e perdoar os golpes recebidos, vamos então à nossa agenda anual, afinal acabou o veraneio...e o carnaval!
taddeu vargas

19 fevereiro 2007

O Tempo

Não lembro em que vida, mas tudo começou quando você insinuou que devíamos esperar...um tempo! mas quanto é um tempo? Pode não ser; pode ser um instante...uma eternidade, embora entre esses dois exista apenas um clic...mental, emocional! O que separa duas pessoas que se amam é menos que um clic, ainda que vivam vidas diferentes...em tempos diferentes;
por que o amor é real, e o tempo não existe!
A linha que divide o tempo que as separa é invisivel para os olhos do coração, que enxerga as duas verdades, como se fossem uma só...e elas o são! A ilusão da distância e da temporalidade que impõe a separação existe apenas na mente dos desnamorados. Os que se amam, far-se-ão juntos pela intensidade do sentimento e pela percepção do destino maior que os une, mesmo que o tempo e a distância, ardilosamente, tentem convencê-los que isso não é possível. Por isso...te esperarei meu amor.

taddeu vargas

11 fevereiro 2007

Volta!


Hoje escutei uma música antiga, que quase vi ser composta...Foi numa noite mágica, que começou quando a escuridão acobertou uma fuga pela janela e terminou com o jovem marujo sentado na mesa do bar, deslumbrado, vendo e ouvindo o mestre da dor de cotuvelo cantar "Volta"! quando acabou, eram 6 da manhã, na Avenida Cristovão Colombo e o dia já chegara. Relembrando aquele momento único, vejo que ainda sofro do mesmo mal, pois continuo esperando que ela volte. Talvez tenha vindo e eu não tenha percebido... será que isso é possível? Pior! como dizem meus filhos! Ela deve ter sorrido e seus olhos falaram...voltei! mas eu não escutei, nem vi! como naquela quase manhã, na mesa do batelão... embriagado pela eternidade daquele agora!
taddeu vargas

04 fevereiro 2007

Porto Alegre

Domingo, 4 de fevereiro de dois mil e poucos...35 graus à sombra dos ipês roxos floridos da rua duque de caxias, centro da cidade que me ensinou a viver. Nos finais de semana de verão, com as pessoas e seus automóveis na praia, de férias, os ônibus nas garagens...Porto Alegre fica à vontade para respirar, se mostrar, e viver os melhores de seus dias. Pela lógica eu deveria estar na praia, mas as minhas escolhas me postaram aqui, junto às flores caídas do centenário ipê, que anunciam que o verão, como qualquer outra coisa, acaba....e o outono assalta nossas vidas impondo velhas e novas verdades e assim transcorre a vida. Muitas vezes estive no local "lógico" de se estar naquele momento, mas paradoxalmente, hoje que não estou, consigo entender melhor as necessidades humanas e seus conceitos de felicidade...e estou feliz. Eu e Porto Alegre! Parece que estamos sós aqui...mas estamos bem! Quem sabe no outono eu me mude, pois a cidade precisa permanecer! mas pra onde vou? Não importa onde se esteja, pois sabemos, eu e ela, que, da gente...não dá pra se mudar.
taddeu vargas

A Criação

A criatividade vem de um ponto intangível do nosso ser, incerto e desconhecido. Brota como uma nuvem de luz branca infinitamente inteligente que penetra no breu da ignorância humana fazendo-nos parecer Deuses da capacidade criadora. A meditação ativa um imenso laboratório de mágicas idéias como se nos transportássemos a um mundo de fantasias, onde o impossível reside e atende pelo nome de "está feito".
taddeu vargas