27 junho 2009

Emoções



Quando soaram as primeiras notas da canção, naquele final de tarde, início de noite fria do primeiro inverno na cidade eleita pelo coração, ele acusou mais que um aperto... acho que parou de bater, à espera de mais alguns acordes, até pra decidir se continuaria batendo...
O impacto da emoção, formada por um coquetel de sentimentos, disparou a exibição de um sem número de filmes já fora de cartaz da vida do marujo, ou pelo menos que ele pensara assim.
A música e o momento, em conluio, desenharam uma nova versão daquela emoção, de maneira totalitária, quase tirana, impondo uma única forma de perceber o que aconteceu, numa espécie de armação melódico-temporal, minando ainda mais a expectativa de sobriedade emocional de um coração sentido.
Depois, ficou uma névoa... contornando as nuances das emoções, delimitando sua magnitude, mas - por compaixão - escondendo suas pontas mais expostas e doloridas, dando tempo para o entendimento e uma futura cicatrização.
taddeu vargas

26 junho 2009

Escrever...e respirar


Escrever, para alguns, é como respirar. Quem escreve precisa tanto ver um novo texto acabado, como os pulmões precisam de ar. Quando consigo transformar o sentimento desvendado em texto coerente, inteligível - pelo menos para mim -, é como se tivesse meus pulmões injetados de vida.
Mesmo sem a melhor plástica semântica, ou o mais apurado estilo, o brotar de uma crônica editada nos reserva ar suficiente para a seqüência da vida.
Acho que falo sobre isso toda vez que me envolvo com muito serviço, pois minha produção de crônicas cai. Menos mal agora, que volto a trabalhar, em uma parte do meu tempo, com esse ofício: a redação.
Poucos seres têm a oportunidade de fazer do seu trabalho o palco de seu maior prazer e satisfação pessoal. No meu caso, é como colocar uma criança para trabalhar num parque de diversões...como demonstradora dos brinquedos.
Assim, mesmo que venha menos aqui, escrever para eu mesmo ler (com respeito e admiração pelos amigos queridos que aqui acorrem de vez em quando), estarei juntando palavras e assim enchendo meu ser de vida também em outros pagos.
taddeu vargas

11 junho 2009

Acordo


Há dias essa palavra tenta se apossar de meu pensamento, tentando ocupar todo o espaço da minha sensibilidade... roubando minha liberdade de sentir.
As sincronicidades que avalizam a importância da intuição, contracenam com as atitudes de uma das partes envolvidas no complexo cenário de vida do marujo.
E não é um acordo fácil, pois envolve as quatro versões do que eu sou, cada qual com suas verdades, visões, valores, vocação... mas vejo que sem um consenso todas perderão.
Penso que chegou a hora de todos sentarmos na mesma cadeira para discutirmos uma agenda mínima de atuação, seja do ponto de vista espiritual, bem como para as chamadas questões práticas.
A certeza no cumprimento das leis universais, contrasta com as atitudes das partes menos sutis de meu ser, que se alimentam de pseudoverdades, sob o argumento de que são a "realidade" que vivemos, como se o real fosse decorrente do visível.
Todavia, a eternidade e infinita sabedoria das correntes mais iluminadas do ser total, têm que ouvir a cobaia do experimento terrestre, que, afinal, foi quem colocou a cara para bater no mundo de todos nós.
taddeu vargas