10 agosto 2010

Exemplo de dirigente


Recentemente, o futebol brasileiro, através de um de seus protagonistas, deu um exemplo de retidão, profissionalismo e dignidade. O episódio da tentativa de contratação do Sr. Muricy Ramalho, pela CBF, para comandar a seleção brasileira de futebol e a recusa do técnico, em função do acordo apalavrado com o Fluminense, é como um domingo de céu azul e de sol quentinho, no meio do inverno frio e úmido que normalmente caracteriza o futebol brasileiro (...e a nossa Porto Alegre).

No domingo, após a partida entre Grêmio e Fluminense, válida pelo campeonato brasileiro, em Porto Alegre, o futebol seguia a sua rotina, com a iminência da demissão do técnico, cuja cabeça era pedida pela torcida e que, certamente, não resistiria no cargo após mais uma derrota, desta vez em casa.

A surpresa veio na forma da demissão. Na coletiva de imprensa, ao contrário dos dias de vitória, quem sentou no centro da mesa, tendo um batalhão de repórteres à frente foi o Presidente do clube, tal qual o comandante da nau em perigo no mar adverso, de pé, na proa, olhando no olho da tempestade.

Mais que uma prova de coragem e dignidade, o Sr. Duda Kroeff (foto) dá um exemplo e inaugura um novo formato de retorno ao torcedor do clube, marcado pelo respeito e pela transparência no trato dos interesses da agremiação, ao demitir os responsáveis pelo futebol na frente da imprensa, com humildade, profunda consideração aos profissionais, mas com a autoridade dos puros.

O dirigente, embora contestado por parte da torcida tricolor, em função de escolhas pessoais e decisões que desagradaram a alguns, quase sempre emitiu suas opiniões sobre o futebol e o clube de maneira clara, às vezes causando surpresa pelo discurso franco sobre questões polêmicas e míticas.

O futebol brasileiro necessita com urgência de posturas desse tipo. Assim como a vitória, o futebol tem que mirar a verdade, alicerce das virtudes demonstradas pelo dirigente no episódio da demissão.

TaVar