31 dezembro 2008

Do material ao espiritual


Os textos abaixo (Textos Escolhidos 1, 2 e 3) e acima (4 e 5), fazem parte de um projeto, há muito acalentado, de um livro de crônicas, que contam a trajetória deste marujo juntador de palavras.
"Do material ao espiritual" é uma tentativa de mostrar as minhas experiências de vida, sob os dois aspectos que envolvem nosso ser maior, completo, sem perder de vista o lado prático, humano.
De certo modo, o ano que ora expira trouxe-me lições que eram necessárias e indispensáveis para levar adiante a proposta de contar os principais fatos de minha trajetória, visto das duas dimensões que habitamos.
Que 2009 nos ilumine para desenvolvermos e concluirmos essa obra e ainda sobrar tempo para juntarmos algumas palavras e colocá-las, na forma de texto, aqui neste blog, que já vai para seu quarto ano de existência.
Próspero e feliz ano novo a todos os amados leitores.
MTV
taddeu vargas

29 dezembro 2008

Textos Escolhidos (3)

Junto com meus quatro anos veio a mudança para a cidade, onde minha irmã já residia, em casa de nossos avós maternos, para poder frequentar a escola. E foi lá que moramos por um tempo, antes de termos nossa própria casa.
Foi uma revolução em minha cabeça. Conheci, ao mesmo tempo, as novidades da eletrônica moderna (de então): a eletrola e a TV, esta recém chegada ao estado, casa nova, gente nova e novos costumes. Meu avô era um próspero empresário rural e sua casa uma das maiores e melhores da cidade; foi um dos pioneiros na plantação de soja no Rio Grande do Sul e tinha lavouras no norte do estado, para onde se deslocava com frequência.
Uma mudança e tanto, para quem estava acostumado a tomar banho de bacia ou mesmo de sanga (riacho) e que agora experimentava banhos quentes de banheira e chuveiro.
Junto, no pacote das novidades, vieram pessoas, muitas delas, fazer parte do meu dia-a-dia. Avós, tios, amigos destes, que frequentavam o casarão, empregados, enfim, um mundo diferente e novo para mim, mas um amplo laboratório, onde pude observar perfis de personalidade e as atitudes das pessoas. Isso viria a ser muito importante e decisivo em diversas das escolhas que fiz bem depois e que mudariam muito minha vida.
taddeu vargas

Textos Escolhidos (1)

O cenário da primeira lembrança de minha infância não fica muito distante de onde estou agora. A informação que consigo acessar localiza-se entre meu primeiro e segundo ano de vida, e está relacionada à imagem do local e de um objeto em especial. Um tanque velho de combustível de uso agrícola despertava medo no ainda bebê, o contraponto do amor. A vida me ensinaria, nos anos seguintes, que esses são os dois grandes e mais importantes sentimentos com os quais o ser humano tem que lidar, sendo o primeiro tão perigoso, que foi pioneiro na gravação do disco rigido de minha memória.
Tudo o mais era bom. Até o vento, que sopra forte na região, era música para meus ouvidos, produzindo acordes inesquecíveis, quando se chocava à mata que circundava as casas da instalação rural. Hoje, no local, existem dezenas de aerogeradores, produzindo energia elétrica de forma limpa, utilizando aquele que cantava para eu dormir.
De alguma forma, o então neném sentia o ambiente energeticamente diferenciado e misterioso, clima inicial de uma trajetória que não terminaria sem exaustiva tentativa de compreensão das questões extra-humanas.
taddeu vargas

28 dezembro 2008

Textos Escolhidos (2)

A escuridão da noite começava a ser abrandada por um ameaço de clarão, que se formava sempre no horizonte descampado, quando meus sonhos de criança eram atropelados por conversas e barulhos vindos do lado de nossa pequena casa de madeira. Os sons, que no princípio embalavam as viagens da minha alma, e que ao final acabavam por me despertar, procediam de um galpão agrícola, onde trabalhadores da lavoura de arroz de meu pai, preparavam-se para mais um dia de trabalho. De lá também partiam os aromas de madeira queimada, e do café sendo preparado nas cambonas.
Nossa rústica e humilde morada de três peças, que dividíamos, eu, minha irmã e meus pais, era grande na minha visão de criança, e meu universo familiar perfeito. As pessoas que compartilhavam comigo esse período da minha vida, formavam o tripé de sustentação da minha existência. Delas eu recebia, além das necessidades básicas, a energia que me realizava e fazia de minha vida pura felicidade.
A união e integridade de nosso pequeno grupo familiar, que perdura até o momento em que escrevo esse texto, davam seus primeiros passos. As interações energéticas, que resultariam na construção dos meus valores e de meu perfil emocional estavam em curso, num ambiente de parcos recursos materiais, mas abundante em carinho, harmonia e exemplos.
taddeu vargas

27 dezembro 2008

A Sacada


Hoje, deitado na rede da sacada, consegui visualizar aquele 24 de dezembro distante, o que antes não me arriscara fazer.
Esse local da morada praiana, outrora apenas área de lazer, posto privilegiado para espiar o mar e os navios mercantes, agora é habitado por um ente ficcional, mistura de imagens, sons e fragrâncias, que ocupa o espaço quase fisicamente, transformando o observatório privilegiado das belezas da praia em recanto sagrado, onde nasceu o meu amor.

Naquela noite de Natal, fui surpreendido pela luz de uma estrela, que me indicou um ponto longínquo, local onde estaria o outro elo do amor que nascia, e a confirmação veio na forma de uma emoção profunda, quando rompi a distância e estabeleci contato, criando uma corrente de energia tal, que mudou para sempre a minha vida.
Agora o sol banha a sacada testemunha do nascer do amor, em contraste com a noite que cobre o que sobrou dele.
taddeu vargas

26 dezembro 2008

2008


Está para findar um ano imortal, pois ficará marcado para sempre, na mente e no coração, como um período de grandiosas mudanças, palco e interregno arrebatador do maior dos amores.
Amor maduro, consciente, tanto quanto esse sentimento pode ser, desafiador (do desequilíbrio), corajoso, empreendedor, amor escolhido, amor decidido...
E ele somente veio por inteiro, quando foi maior do que o medo de comprometer a liberdade ...medo que acabou por comprometê-lo.
Em 2008 tudo começou e tudo acabou, deixando para seu sucessor e para sempre, o registro eterno da possibilidade, acima das dificuldades e da relatividade das conquistas terrenas, face as vitórias espirituais.
O saldo é maior que o amor, pois é ele próprio somado à esperança, e sob esse signo nos preparamos para recepcionar o ano novo, que trará dias novos, atores principais de um palco antigo, todavia revisto e adaptado para novos tempos, novas escolhas, sequência necessária de vida...
taddeu vargas

25 dezembro 2008

Na ilha natal


Cada retorno à querida Santo Antônio da Patrulha é um mergulho em um mar infestado das lembranças que mais mexem com meu coração. Nunca saio daqui como chego. Cada acontecimento da nova estada se encaixa em um equivalente de três, quatro décadas atrás, como num jogo de peças relacionadas.

As interpretações dos fatos e atitudes de então é que mudam, como se houvessem duas ou três histórias aqui vividas, por esse marujo que, na sede de singrar novos e desconhecidos mares, desoportunizou-se saborear os patrulhenses ares.

Essa fuga da ilha natal acabou comprometendo uma melhor compreensão das verdades atuais, mesmo as de fora daqui, por isso a importância do momento e desses dias vividos onde desfilaram minha infância e adolescência.

Ao sair, a bordo de novas verdades, ou de uma interpretação sepultadora das dúvidas atuais, ou mesmo ainda sem compreender direito mais esse momento, carrego comigo a energia de um local mágico que me ajudará a seguir na direção do entendimento, até que a Luz definitiva marque o caminho.


TaVar

23 dezembro 2008

A Partida


Chegou o dia de partir, ou repartir!
Partir para onde um lado de meu coração indica, mas o outro reclama e quer ficar.
De coração partido, e repartido, pela partida, mas com uma parte de partida para um grande encontro.
Um reencontro!
Que pode harmonizar os dois lados da morada do amor,
ritmar seus tuns, tuns e repatriar o equilíbrio.
Nossa casa, nossa gente, nossos amigos e inimigos
são familiares e nos fazem bem.
É como uma cena vista diariamente, passa para dentro
de quem observa e pode então ser vista dos dois lados.
Quase aconteceu isso com as araucárias... embora a tela
ainda viva esteja, perde nitidez para o implacável.
Se esse mesmo coração aguentará outra separação dentro de dias,
somente estes nos dirão. E, de qualquer jeito, repartido estará.
taddeu vargas

21 dezembro 2008

1/4 de ano


Pensei que não fosse possível e que isso nunca aconteceria, mas eis-me aqui, distante dos meus, há um quarto de ano.
São três meses longe da minha gente, dos meus domingos porto alegrenses, do meu Grêmio.
As quase perdas doem num lugar inacessível, para o que não tem remédio, a não ser deixar doer...
Num ponto além da imaginação reside a harmonia, a paz, a casa dos meus sonhos... e esse momento parece fazer parte do caminho que leva ao paraíso da minha existência, mas a incerteza me empurra de volta ao palco principal da minha história.
Este momento, de pura ausência do racional, impõe o totalitarismo da emoção, da intuição que comanda o processo de escolhas e edita o próximo capítulo de minha vida.
taddeu vargas

20 dezembro 2008

Quem eu sou


De certa forma, este texto é um agradecimento aos meus filhos, na mesma medida em que traça o perfil de um ajuntador de palavras, que de cada filho juntou um pouco de rumo, para ir definindo sua trajetória pessoal.

Foi assim quando nasceu a primogênita destruidora de paradigmas, também conhecida por Tatacha. Sua chegada ao planeta coincidiu com a criação do primeiro PC. Ambos viriam para mudar conceitos e alterar irremediavelmente a vida de muitas pessoas.

Lembro de ter escrito uma vez que deveria ser obrigatório, a todos os candidatos a educadores de filhos, passarem por um treinamento com base na fascinante experiência de ser pai dessa leonina maravilhosa.

Depois, face a imensa generosidade de uma das Mulheres, com cuja companhia o Universo entendeu de me postar, tive a honra de ver meu nome batizar meu primeiro filho homem. Pela inteligência, postura e determinação do meu amado chara, "Marcos Tadeu" tem agora muito mais chance de se transformar em nome conhecido e reconhecido.

Nunca vou esquecer um telefonema de uma criança menina me chamando de pai. Não podia ser engano, pois, apesar da minha mente não registrar a paternidade exposta, meu coração gritava pelo reconhecimento imediato. Filha nascida da mais ardente, pura e linda paixão, Ana "Carolinda" veio escrever um capítulo novo e emocionante na vida deste aprendiz de cronista.

Todavia, tendo sido já tri-presenteado com seres tão maravilhosos, ainda assim os Deuses da vida entenderam que caberiam no meu coração de pai mais três figuras premiadas, e assim aportaram o Marujo Little John, o Grumete Macio e Fran, o Terrível.

O primeiro, veio em seu corpo de anjo; penso que não deu tempo de trocar a roupa, nem o jeito. Se ele entrar no céu ninguém vai notar a diferença. Também é conhecido por João, o Sereno!

O Macio resgatou muito do pai dele. Atento, opinativo, interesses na área de publicidade e jornalismo, encheu e enche meu coração de emoção quando fala desses assuntos com conhecimento e desenvoltura precoces.

Quando o Francisco nasceu, senti que o nome certo para aquilo que estava acontecendo não era bem mudança...na verdade, já antes do nascimento tudo indicava que sua vinda, ou retorno ao convívio familiar, carregava o viés da transformação. Paria junto com o ser menino um novo caminho...

Cada sagrado momento desta trajetória, rica e generosamente ornamentada por Deus, com tão lindos seres parceiros desta etapa de nossa eternidade, foi desenhando o perfil do tal ajuntador de palavras, que resultará no somatório das marcas deixadas por cada um deles, no projeto de pai que assina o presente.

TaVar

30 novembro 2008

A Mudança IV


Quando a mudança se aproxima o dia acorda com cheiro diferente, com cara esquisita, mesmo sendo Dia de Domingo, que escuto agora o Tim e a Gal cantarem. Parece até que eles mudaram um pouco o tom!?

O que provoca a mudança são nossas escolhas anteriores, como já sabemos, mas quando ela chega nos surpreende, pois vem com a fisionomia desenhada pelo conjunto dessas escolhas, que, quase sempre, é uma receita ainda não experimentada.

De qualquer modo, pela autoria conhecida, não posso reclamar do que me invade nesta Curitibana manhã de domingo. Quando meus olhos enxergarem de mais longe esse momento, saberei o que perdi, ou ganhei, enfim, conhecerei o produto final dos ingredientes que juntei nesta etapa da minha vida.

Ser Feliz


É claro que o caminho para a tal felicidade é trilhado sozinho, mas para viver essa spiritual life tem que desvestir a outra: a vida da pele, do coração batendo descompassadamente quando ela entra no msn, da sexta-feira amarga, noturna e solitária...

E como meditar para se bastar, com o coração rasgado e dolorido?
Como serenar a mente se ela percorre velozmente, em trajetos de ida e volta, toda nossa linda história de amor?

Diz a parábola do alpinista que, quanto mais alta e íngrime a montanha a ser escalada, menor é a influência do ser humano na tarefa, restando buscar no outro eu, no maior, mais velho e mais sábio ser que nos habita, a força para a subida.

Existem, de fato, situações na vida do marujo que transcendem os conhecimentos e a sabedoria até aqui adquiridos, deixando-o à deriva no mar das emoções e sentimentos, até que o vento da mudança sopre e abra o horizonte, mostrando o caminho.

13 novembro 2008

Desafio do Desequilíbrio


Como é difícil heim?
Quando parece que fizemos tudo certinho, tudo indicando que o Universo conspirou...
Quando sorrimos independente do céu cinzento e da chuva caindo...
Quando a felicidade já faz cócegas em nosso coraçãozinho. Aí vem a vida prática e diz que não!
Tudo que sonhamos e agora estava prestes a acontecer, foge de nossas vidas, como se desses momentos não merecêssemos desfrutar.
O amor humano parece comportar-se assim, destonalizado, fora de controle, ilógico, imprevisível, sobressaltado... descredibilizando o desafio do desequilíbrio, que estava tomando forma (quanto de?!).

08 novembro 2008

Diário - A distância


Eis que me tenho novamente longe dos meus queridos.
Não é a primeira vez, mas desta vez é quase por acaso. (como se isso fosse possível)
Já li em algum blog que "saudade é um sentimento de amor e não de falta dele", mas que dói, dói!
De certa forma, do ponto de vista geográfico-amoroso, estou onde deveria estar. Equidistante e nem tão longe dos meus amados eternos e espiritualmente escolhidos, e na terra do meu amor.
Mas, "na prática", me sinto longe de todos. Como se fosse um castigo por ter buscado, depois de muito tempo, a minha própria sina.
Desta vez o experimentado marujo avaliou errado suas cartas de navegação (ou não), e não seguiu sua intuição que indicava fortes tempestades a bombordo, a estibordo, enfim...
Embora a saudade doa, a proximidade nem sempre é a solução para nossos desencantos - ou falta de encantos - que a ausência física de nossos amores nos causa, e com isso, até que se vençam definitivamente as limitações humanas, ficará a triste sensação de um coração desabitado de amores.

23 setembro 2008

A prima do medo


Ela nasceu bem depois.
Nem tão forte, nem tão sábia,
Mas como ele, perigosa,
confusa e ardilosa.

A dúvida foi parida pelas filhas do medo,
personagem maior das desventuras humanas.
E delas tirou sua subsistência, para crescer
até virar causa das atitudes mais insanas.

O indivíduo mais centrado e seguro
sorri enquanto não topa com ela.
No entanto, assim que se cruzam,
com frequência o centro vira berbela.

Neste momento de profundas incertezas,
nem mesmo a voz do Mestre eu escuto.
Pois o silêncio de que necessito,
pela dúvida me é sonegado de modo absoluto.

14 setembro 2008

Noite de Sábado


Esta noite de sábado, até que eu me sentasse em frente ao teclado, ensaiava ser a mais deprimente de todas as que me lembro. No entanto, ao encerrar o título do texto que começava a escrever, vi que não estava sozinho.
Este Sujeito, que assumiu o formatador mental das frases que digito, sempre aparece nestas horas. Na verdade, Ele sempre está na área, todavia nem sempre percebo. Mas quando sento para escrever, paro por aí, o resto é Ele quem faz. Para sorte dos meus poucos e queridos leitores.
Agora estamos em três, pois o Charles Aznavour está cantando “She”.
Definitivamente não estou mais sozinho. Minha noite de sábado, antes candidata a mais solitária delas, foi invadida pela luz do Mestre e pela música gigante de Aznavour, transformando minha Kit(sem)net numa grande casa cheia.
Agora já posso dormir, pois meu coração comanda novamente minha vida. Bastou que eu reconhecesse junto de mim A Presença, para que a paz e a luz inundassem e preenchessem o espaço que seria ocupado pela solidão.

14 julho 2008

Saber voar


Somos seres voadores, como os pássaros de nosso planeta...o espaço é nosso chão! Desde os primeiros momentos de nosso infinito à esquerda, vivemos sem as amarras das leis físicas humanas que nos prendem ao solo.
Nossa vida noturna é plena de vôos transgalaxiais, numa espetacular ronda iluminada pelas estrelas do espaço infinito do Universo, grandeza impossível de avaliar na leitura de nossos sonhos, a partir da limitação de nossa mente humana.
Viemos à terra para lembrar que somos seres ultraterrestres, iluminados, alados, poderosos, eternos. Voar é apenas uma de nossas tantas possibilidades, de uma porção de tantas outras virtudes recebidas de um sistema infinitamente inteligente.
Entretanto, poucos de nós consegue manejar essas ferramentas que nos faz Deuses, e acabamos vivendo como simples humanos, ou sub-vivendo, disputando migalhas materiais, quando a abundância suprema, a opulência divina, se derrama sobre nós.
Mas alguns de nós já começam a lembrar de quem realmente somos. Essa clareza de consciência brota no coração de alguns iluminados e os faz Deuses na matéria; Mestres-guias de multidões de irmãos no vôo rumo à sabedoria e a liberdade final; e assim contrariar Nietzsche na célebre "quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar"

12 julho 2008

Uma Canção


Eu sempre quis escrever uma canção, mas sempre acabei expondo as minhas bobagens através de crônicas, pseudo-sonetos e outros formatos de textos, sem o compromisso de existirem acompanhados de uma melodia.
Talvez nunca tenha me apaixonado o suficiente, já que o amor funciona como combustível para as manifestações artísticas, de modo que, quanto mais afetada a batida de nosso coração, quando a mente percebe o outro, tanto maior a chance da grande conspiração amorosa Universal nos soprar obras-primas da literatura, da música, da arte, e assim reproduzirmos, na forma material, humana, a beleza e a perfeição das criações divinas.
Mas hoje acordei de uma noite intensamente vivida e inspiradora, e assim vou escrever, e dizer nesta canção que o meu amor pode não ser o maior de todos, todavia é grande o suficiente para escolher lindas sentenças ...doces palavras e misturá-las intuitivamente e fazê-las dançar sob os acordes de uma melodia que brota do ser de Luz que me habita e embala a minha vida.
Quem sabe faz sucesso, vira hit nacional e conta e canta os segredos do meu coração pra toda a nação...

16 março 2008

Dez anos com Tim!

16/03/2008 - Domingo - Dez anos sem Um Dia de Domingo, sem um cara chamado Tim Melodia, ou seria Dom Maia? sem uma criança gigante, ou o contrário...que, certamente, não merecíamos aqui. Por isso ele foi cantar em outra dimensão, para todo o Universo ouvir. As vezes, penso acordar, nas manhãs de domingo, ouvindo-o cantar...e fico a cogitar que, quando eu também mudar pra lá, vou poder ouvir as músicas novas que ele fez para sua platéia atual ouvir. Com aquele vozeirão, e com o carisma mágico de sua melodia, talvez, o que eu esteja ouvindo nas madrugadas dominicais, seja o eco interplanetário de sua presença no eter infinito da criação. Sendo assim, comemoremos os dez anos de ausência do Mestre Tim, com a augusta presença de sua música em todos os recantos do Universo de Deus. Ele está em um bom lugar e muito bem acompanhado; e todos a ouví-lo!

09 fevereiro 2008

Saudade

Nunca escrevi sobre ela, como se nunca tivesse sofrido desse bem...

Ter saudade de alguém é sentir a sua ausência tão presente, que quase devolve o amor da gente. É a garantia de que se ama. É um sentimento de presença de amor, e não de falta dele. Quanto mais amor, maior a sensação da proximidade do ente amado, de modo que o estar junto é constante, independente da posição dos corpos físicos, porquanto os corpos emocionais não se separam jamais.

Talvez, por isso, meu amor, sinto você tão perto. Tão junto de mim que quase lhe vejo. Sinto o aroma do teu corpo doce, que enche tanto o ar de sua presença, que quase lhe toco. Penso mesmo que estás aqui, embora digam que não. Por certo os mesmos que falam de saudade de seus amores distantes, ou será os que vêem em cada canto...uma ausência?

TaVar


04 fevereiro 2008

Em cada canto...uma ausência!

...é assim que sinto nossa casa hoje. Você não está em muitos lugares. E para sofisticar sua falta, em cada um desses lugares, sinto seu cheiro. É tão presente, que parece estar ali desde antes do próprio local... 


Essa fragrância, tal qual um espírito perfumado agora habita os locais onde nos conhecemos, namoramos ...e nos casamos! Mas não te vejo. Não te posso tocar.... e isso faz a ausência aumentar e sentir se propagar pela casa vazia o cheiro que antes produzia em mim uma tontura divina, mas que agora apenas me tortura e mina. 


Quando aqui chegares, sentirás tua presença... que ficou na tua ausência, ocupando o vazio de ti, que meu coração tentou suportar, correndo o risco de ...por sua falta se apaixonar.


TaVar

03 fevereiro 2008

Seja Bem-vinda!

Em algum de meus devaneios, lá por agosto de 2007, percebi a presença sutil de um ser iluminado à minha volta. Envolto numa nuvem de luz rosa, intensamente brilhante, ela produzia muita paz no ambiente, além de uma inusitada expectativa romântica.

A chegada da Deusa do Amor surprendeu-me. Envolvido até a testa com o trabalho, os estudos e os filhos, pensei logo que Sua Excelência a mensageira dos enamorados tinha errado de endereço.

Com o passar dos meses, a sensação da aproximação "dela" aumentava, quase me permitindo "ver" a consolidação dos pedaços de imagens que a formariam. Na minha mente ela começou a ganhar forma. Quando a vi pela primeira vez, era como se as últimas peças do quebra-cabeça pulassem sobre a imagem do seu rosto e ultimassem a construção de sua figura na minha retícula.

Lá estava a minha boneca. Ela existia aqui nesse plano. Por algum tempo pensei que só a encontraria em sonhos, devaneios e outras viagens. Fiquei curioso para saber seu nome, mas no início ela me deu um nome trocado, pensando que era possível proteger-se de sua outra metade.

As almas gêmeas são uma coisa só. É impossível ferir-se uma só, ou fazer apenas uma feliz. Mesmo em dimensões diferentes, vivem a mesma vida, pois seus corpos mental e emocional se confundem. Logo, não é difícil perceber quando o ser-metade se prepara para vestir outra vez a roupagem humana e voltar para o convívio romântico de seu par.

Seja bem-vinda Princesa dos meus sonhos!

TaVar