17 março 2007

O Sequestro da Donzela


A escuridão da madrugada definia o layout da costa do atlântico, já próximo do continente. Deus, o barco e o marujo lutaram muito para convencer o mar a deixá-los navegar nas ondas daquela vontade de encontrar a donzela fugidia, que se esconde na laguna da vida e não permite que o amor aconteça.
O amor e a saudade dela a escamar o coração do homem do mar foram mais fortes que o medo de enfrentar a distância, a noite, as ondas, que mais pareciam alçadas pelos inimigos da intenção do marujo. Mesmo assim, chegar até a praia parecia ser a parte mais fácil da viagem. A donzela esquiva, com medo de amar, lutaria contra seus medos antes de embarcar com o marujo e singrar os mares nem sempre calmos de uma relação de quatro olhos, dois corações...e apenas uma cama!
No sonho, o marujo já se via navegando de volta com a donzela...o barco e Deus. Sentado na proa da nau ele buscava entender se realmente tinha dobrado o destino, e enganado a insistente ausência da mulher amada, ou se aquilo era mesmo um sonho.
Quando ouço a bela baiana cantar "que essa tempestade um dia vai acabar", lembro da noite que gostaria de ver a tempestade me acordar e ver ao meu lado, no barco que embala meus sonhos, o meu amor, a me olhar .
taddeu vargas

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