19 janeiro 2011

Fuja de você - 2ª parte

taddeu vargas
Volto ao tema da crônica original, nesta segunda parte, para me manifestar com relação aos comentários feitos aqui, no blog do livro e no facebook, e também para tentar jogar um pouco mais de luz sobre o assunto, visto sua relevância pra quem está começando na meditação,  mas principalmente para quem não está conseguindo estabelecer contato com seu eu superior.

O comentário da Psicóloga Denise Araujo, com conhecimento profissional, trás um elemento que é chave na diferenciação que deve se estabelecer entre o sono recorrente, sem vontade de voltar à vida normal e a iluminada troca de centro de nossa consciência, quando estamos em estado de meditação.

O querer, segundo a psicóloga, em seu comentário, é a condição primeira da mudança..."O que talvez seja importante dizer, é que temos pouca consciência dos padrões de comportamento que mantemos, e o fundamental como alicerce de mudanças, é o querer (o grifo é meu)."

Tudo começa pelo querer. Apenas dormir, para "apagar", "esquecer" é sinônimo de não querer. Ficar na cama, dormir para não enfrentar a vida não leva à consciência superior, pelo contrário, afasta você dela. 

O movimento mental em direção ao centro de nosso ser maior é uma caminhada lúcida, faceira, de grande expectativa e emoção.

Na tristeza não conseguimos contato com o Deus que reside em nós. Fazemos confusão quanto a possibilidade de acessar o divino, pensando que um pedido de ajuda carregado desse estado depressivo possa sensibilizar o Universo, em nosso favor. Nós estamos aqui na terra justamente para superar essa sensação de impotência face a vida. Enquanto nos sentirmos pequenos ou derrotados, é assim que seremos.

Entretanto, se percebermos que não somos esse corpo físico que enxergamos e que o ego, que domina nossos pensamentos, atende apenas aos apelos humanos, afastando nossa consciência do caminho que leva à luz, estabelecemos um patamar para começar a busca do eu superior. Mas, como muito bem disse a psicóloga Denise Araujo, é fundamental "querer" trilhar esse caminho.

Já vi muitas pessoas saírem de estados depressivos e tive a graça de assistir várias delas iniciarem um lindo processo de aproximação com suas essências. Invariavelmente constatei a vontade, o querer, o pedido para a mudança, como diferencial, que marcou o limite da transposição de uma situação para a outra. Pedir e sentir que a mudança é possível...significa receber.

TaVar

3 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

Oi Tadeu, não sei se foi isso o que aconteceu comigo, mas, ano passado eu passava (ainda passo) por momentos dificílimos em minha vida. De repente, alguém me disse, mude o foco: foque no que deseja, no que quer...Me lancei, me joguei no meu desejo de cabeça. Escrevi dois livros nesse período e foquei na escrita. Sonho que escrevo, crio frases, crio situações dormindo. Só penso nos meus livros, vejo-os publicados, consigo até visualisar a noite de autógrafos...Não sei se é disso o que fala aqui, acho que é sobre meditação, mas o que fiz, foi meio que um mergulho em mim mesma, no meu eu mais profundo. Os livros ainda não saíram e nem sei se sairão, mas o fato de eu jogar minhas energias para a escrita, me salvaram de mim mesma. Esse é meu testemunho de que ao mudar o foco do sofrimento e da dor para um objetivo, podemos salvar nossas vidas, beijos,

Patrícia Garbuio disse...

Te presentiei no meu blog BOCA RARA com um SELO DE QUALIDADE.
bjsssssss

Denise disse...

“Aproveitar” uma observação que fiz para aprofundar a questão que sempre pontua em teus textos, Tadeu, deixou-me feliz – colaborar com você é sempre a intenção.

Você referiu-se à tristeza como um dos estados emocionais que impedem a comunicação com o Eu Superior. Penso que posso trazer alguns aspectos que fundamentem esta tua observação.
Estar triste é um estado emotivo que ainda hoje gera confusão e conflita com o diagnóstico de depressão, que também não é o mesmo que a pessoa estar com o humor deprimido. A tristeza é um estado “passageiro”, circunstancial em sua maioria, e superada mediante mudança de foco, novos estímulos ou fatos que se sobreponham ao que gerou o estado de tristeza. Humor deprimido é um conceito muito semelhante, sendo que a persistência do quadro de tristeza perdura por um período maior, podendo evoluir para um quadro depressivo. A depressão é uma doença, e acomete muitas pessoas face à realidade de nossos dias e a pressão interna a que se impõe. Freqüentemente casos mais expressivos requerem tratamento associado (medicamentoso e psicoterápico) por um período que visa restaurar quimicamente o sistema neurológico, e integrar a pessoa.
Em qualquer destas circunstâncias, a atenção flutua porque divide os interesses do indivíduo, instala sentimentos e crenças limitantes, podendo ainda observar a presença de apatia, diminuição da energia mental e da concentração - o que pode dificultar esse movimento mental que você menciona. Você traçou também um paralelo através do processo de aproximação que a pessoa faz com sua essência, envolvendo a vontade, o forte desejo e a opção por mudanças – essa determinação colabora muitíssimo com o sucesso da alteração do estado emocional do indivíduo, levando-o a reagir positivamente frente aos sentimentos negativos e de tristeza.

Espero ter contribuído de alguma maneira.
Forte abraço!