O mundo virtual criou novos eus, pois nos apresentamos nele de um modo diferente do que somos na vida real. Aqui nos sentimos despidos de nossos compromissos com as verdades do mundo das células, moléculas, etiquetas, aparências, posturas... poses!
Os paradigmas da sociedade humana, os preconceitos de nossos familiares e amigos, os pensamentos e conceitos de vida de nosso(a) parceiro(a), as manchetes de jornais e revistas, a moda, constroem um ser que talvez não exista e apenas tenha sido criado por nós, em função destas circunstâncias. É como se vivêssemos sempre numa saia justa, adaptando nossos quereres, em função da roupagem sob medida imposta pela cultura vigente ao nosso redor.
Aqui no mundo virtual, notadamente na blogsfera, somos conhecidos pelo que pensamos, não pelo que somos. Ao contrário, na vida real, as pessoas se conhecem, mas não sabem o que as outras pensam.
Há algum tempo atrás, um amigo me confidenciou que, após ler textos que sua mulher escrevera em seu blog, foi pra casa ver se conseguia reconhecê-la. Quem desses dois somos? Seria o caso do eu do mundo virtual ser mais real do que o eu do mundo de verdade? Se for assim, você é um personagem na vida real e é você próprio no mundo virtual. Está longe de ser um jogo de palavras, ou um mero devaneio de um marujo maluco numa manhã de sábado.
Preste atenção em quem você é na frente das pessoas, no seu dia-a-dia, e compare com você sozinho(a) na frente do computador falando de si num post, ou mesmo contando o que está sentindo para uma pessoa que nunca viu pessoalmente, num site de mensagens instantâneas, ou numa sala de chat. Manjou a diferença?
Pois é! E agora, o que fazemos com isso? No próximo post falaremos de como conciliar esses dois eus, de modo a criar um ser inteiro, único, transparente, livre, evoluído e feliz.
TaVar
4 comentários:
Talvez exista muito mais que dois "eu".
A maneira como nos relacionamos com as pessoas em diferentes grupos sociais varia sempre. O modo como converso com a minha mãe é diferente de como falo com a minha amiga mais chegada, como é diferente quando converso com meu namorado, que difere de como falo com os meus alunos, que é diferente de como me expresso no meu blog com pessoas que nunca vi. Para cada situação, um contexto, uma "máscara", um "figurino", um personagem... a vida é o grande teatro. Nesses vários "eus", não perco minha autenticidade, pelo contrário, a encontro. Sou filha, sou mulher, sou professora, sou um ser pensante, uma verdadeira metamorfose ambulante!
É sempre um prazer passar por aqui.
Um abraço marujo!
Compartilhando...
"Em cada um de nós
há um segredo,
uma paisagem interior
com planícies invioláveis,
vales de silêncio e
paraísos secretos".
(Saint Exupéry)
Grande abraço!
Òtimo tema, fico no aguardo da "conciliação".
bjs e um ótimo final de semana
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