24 junho 2011

A lição do pano de prato


As grandes lições, às vezes, não se aprendem no discurso do grande especialista, nem nos livros das bibliotecas das Universidades, mas na cozinha de casa! Hoje pela manhã, quando entrei na cozinha para pegar um café, vi um pano de prato estendido na janela basculante que dá para a área de serviço, com a seguinte frase, caprichosamente bordada sobre o pano: "Eu Sou é a luz de Deus em mim".

Nada demais! É uma frase muito utilizada pelos esotéricos e pelos seguidores dos diversos movimentos de espiritualistas da chamada Nova Era, fenômeno planetário religioso verificado a partir dos anos 80/90. Eu mesmo uso muito o decreto EU SOU acompanhado de alguma expressão que designe esta Presença (Deus) como fazendo parte do meu eu, em função de minha intimidade com as lições do Mestre Saint Germain.

Mas adorei ver a frase no pano de prato, local singelo, ligado às coisas mais simples do dia-a-dia, transformado em veículo de propagação das novas verdades, ou das verdades eternas, mas apenas há pouco tempo "liberadas".

Minha surpresa foi, examinando melhor o tal pano de prato, verificar que ele era muito antigo, depois confirmado pela minha mãe, que relatou ser aquela peça remanescente do enxoval por ela montado, quando casou com meu pai. Estamos falando da década de 50.

Eu me considero um ser em processo de evolução e crescimento espiritual, inserido nesse contexto de revitalização religiosa que a humanidade vem experimentando nas últimas décadas e como tal, sofro uma tendência a pensar como um privilegiado, dono das novas verdades e grande conhecedor dos mistérios da criação, pela leitura diária da farta literatura que embalou a espiritualidade nos últimos tempos e pela prática de rituais meditativos.

O pano de prato e sua frase mágica me devolveram a humildade necessária à sequência da minha evolução, colocado à minha frente para mostrar que a verdade é uma só, que tempo não existe e que o mecanismo de percepção do divino em nós está à disposição, desde que o homem deu o primeiro suspiro no planeta.

Taddeu Vargas


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